Messi e o Milagre de Miami

A Ascensão Inesperada de um Império Moderno

Admito: quando soube que o Miami International se tornou o clube MLS mais lucrativo em menos de dois anos após a chegada de Messi, minha primeira reação foi ceticismo. Não porque os números fossem falsos — mas porque pareciam perfeitos demais.

Mas ao analisar os dados: 11,46 milhões de torcedores assistiram aos jogos da MLS na temporada 2023–24 — um aumento de 6% em relação ao ano anterior e 15% desde 2021–22. E só um mês após a estreia de Messi? A Apple TV ganhou 300 mil novos assinantes — dobrando sua audiência da MLS da noite para o dia.

Isso não é sorte. É um sistema funcionando.

Além de Um Homem: A Máquina Por Trás da Magia

Seja claro: sim, Lionel Messi é a estrela principal. Mas o Miami International nunca foi construído apenas por ele — nem desde o início.

Jorge Mas não comprou uma estrela; comprou um ecossistema. Contratou Luis Suárez pela experiência e legado, Jordi Alba pela coesão defensiva e estilo espanhol, Sergio Busquets pela inteligência no meio-campo — e Oscar Ustari como opção com pedigree.

Essa não foi contratação — foi orquestração. Uma equipe projetada não para vencer um título, mas para gerar valor duradouro em três estágios continentais: Copa América (2024), Mundial de Clubes da Fifa (2025) e, principalmente, a Copa do Mundo de 2026 em Miami.

A Cidade Encontra a Marca: Um Casamento Perfeito em Marketing

Miami não é apenas a porta tropical dos EUA — é também onde moda encontra fãs.

Então entra David Beckham — investidor que transformou uma participação acionária numa marca de estilo de vida. Kits rosa? Sim. Presença de celebridades? Absolutamente. Mas isso não foi bajulação — foi alvo preciso.

A cidade queria identidade; o futebol precisava legitimidade; Messi ofereceu ambos ao mesmo tempo.

E Xavi Asensi — agora diretor executivo — tem gerido isso como um modelo IA: otimizar entradas (jogadores estrelas), ajustar variáveis (campanhas publicitárias), monitorar saídas (audiências) e reciclar para a próxima temporada. É raro ver lógica corporativa aplicada com tamanha fluidez ao esporte — ainda mais quando funciona tão bem.

Os Dados Não Mentem… Mas as Pessoas Sim?

Aqui vem o ponto mais quente: Enquanto a mídia gosta de dizer que “Messi salvou o futebol americano”, eu diria que é mais preciso afirmar que Messi ativou o futebol americano. O campeonato não estava pronto antes dele — mas agora está.* O crescimento não depende apenas do desempenho dele; está ligado à confiança dos torcedores provocada pela presença constante, visibilidade estratégica e narrativas alinhadas across plataformas.

Meu modelo prevê que, se o Miami manter os níveis atuais até 2026 — mesmo sem conquistar troféus — alcançará receitas comerciais superiores a US$75 milhões no final da temporada. Um valor antes reservado apenas para gigantes da Premier League como Brighton ou Leeds nos melhores momentos.

O que me leva novamente ao meu ponto inicial: The verdadeira história não é que Messi tornou Miami grande — é que Miami tornou Messi sustentável.* The infraestrutura existe agora não só para ele, mas para qualquer futura estrela que deseje fazer parte de algo maior do que si mesma.